Trabalho realizado no âmbito da aplicação do referencial "Aprender com a Biblioteca Escolar".

Articulação Biblioteca Escolar, Português, Educação Cívica e Educação Visual

2015/2016

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O TÚNEL DO AMOR

Há muitos milhares de anos, o Monte Castro em Romariz foi habitado por vários povos.

Conta a lenda que, num dia de inverno muito chuvoso, o chefe dos Túrdulos, um dos povos que habitou este monte, decidiu mostrar a povoação e os seus arredores à sua linda filha, uma donzela com longos cabelos castanhos, olhos azuis claros e uma pele branca como a neve.

Andavam eles a passear por aquelas terras, quando se depararam com um belo e forte pastor chamado Artur que guardava o seu rebanho, enquanto cantava belas melodias. Imediatamente, a bela Ermelinda sentiu o seu coração a palpitar.

O chefe dos Túrdulos, um guerreiro astuto, pressentindo um clima amoroso entre o pastor e a sua filha, ordenou que ela nunca mais se aproximasse daquele local.

Os dias foram passando, mas Ermelinda nunca mais esqueceu aquela voz melodiosa.

A primavera tinha chegado. Ermelinda decidiu, então, correr os campos para apanhar flores e fazer uma tiara. Eis que, de repente, aparece um lobo assustador e Ermelinda começa a gritar e a correr.

A aflição era tanta que não reparou num pequeno buraco e caiu dentro dele. Os seus gritos e pedidos de socorro de nada lhe valiam, pois ninguém habitava aquelas redondezas. Aqueles campos serviam apenas de pastagens para os animais.

Entretanto, Artur, o jovem pastor, que meses antes encantara Ermelinda, guardava as suas ovelhas, quando ouviu ao longe alguém que pedia socorro.

Sem hesitar, correu na direção dos gritos e encontrou a bela princesa sentada no buraco, sem conseguir caminhar, pois tinha torcido um pé.

Artur pegou nela ao colo e levou-a até à povoação mais próxima. A atração, que tinham sentido desde o primeiro momento em que se viram, era agora muito mais forte, um amor verdadeiro.

Todavia, este amor não era bem aceite pelo pai de Ermelinda. Daí que passassem a encontrar-se às escondidas junto do buraco onde Artur a salvara, que mais não era do que a entrada de um túnel que ligava Romariz ao Castelo de Santa Maria da Feira.

E, assim, nasceu a Lenda do Túnel do Amor.

Conta-se que, há muitos anos atrás, na freguesia de Milheirós de Poiares, no lugar da Palhaça, acampou um casal de camponeses. Um homem muito pequenino, a quem chamavam «Rato», e uma mulher elegante muito delicada.

Passados alguns dias, a mulher soube que estava grávida. A notícia causou grande entusiasmo e felicidade. Mas esta alegria durou pouco tempo.

A Lenda da Fonte do Rato

A mulher começou a sentir-se mal e o marido, ao vê-la quase a desfalecer, ficou tão preocupado que não sabia o que fazer. Lembrou-se, então, que tinha ouvido falar de uma fonte que fazia milagres e, como precisava de ajuda, não hesitou e foi procurar a tal fonte.

Quando a encontrou, levou um pouco de água para casa para dar de beber à esposa. Com alguma dificuldade, a mulher lá conseguiu beber a água toda.

A sua face pálida começou a ganhar alguma cor. Feliz e cheio de esperança com o que viu, o homem deslocou-se novamente à fonte e, muito apressado, levou para casa um pouco mais de água.

Apesar da mulher ainda estar frágil, o perigo já tinha passado. A felicidade inundou, então, a casa daquele casal de camponeses.

Aquela fonte fazia mesmo milagres!

A partir daquele momento, os habitantes daquela aldeia passaram a chamar àquela fonte a “Fonte do Rato”, pois tinha sido um homem pequenino como um rato que a tinha descoberto.

A lenda do Dr.Crispim

Conta a lenda que, em Milheirós de Poiares, existia um fantasma a rondar as terras daquele lugar. As pessoas afirmavam que, sempre que passavam perto da casa do Dr. Crispim Teixeira Borges de Castro, sentiam a presença de alguém que lhes sussurrava «Saiam! Saiam daqui! Isto não vos pertence!». Aterrorizadas, fugiam e juravam nunca mais querer passar por aquele lugar.

No entanto, uma corajosa mulher daquela povoação quis provar a todos os habitantes que o fantasma não existia, decidindo entrar na casa do Dr. Crispim.

Mas o pior aconteceu.... Aquela mulher nunca mais foi vista naquelas paragens.

E assim, durante anos e anos, o fantasma continuou a assombrar aquelas gentes que por ali passavam.De dia para dia, o medo aumentava e o fantasma tornava-se mais assustador, tendo-se apoderado do espírito de todas as pessoas que lá viviam.

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