Para as pessoas que têm uma vida difícil e querem dar a volta às expectativas.
Senhora Miranda, aceita o senhor Daniel como seu esposo para amar, cuidar e principalmente confiar?
- Sim, aceito.
Senhor Daniel, aceita a senhora Miranda como sua esposa para amar, cuidar e principalmente confiar?
- Sim, aceito.
Então declaro-vos marido e mulher!
Assim se abrem as portas para uma nova história. E que rica história!
Sim, Miranda só se interessava por riqueza e poder. Vinha de uma família pobre e tinha jurado para si mesma que nunca mais iria passar tantas dificuldades.
Passou a sua juventude a ajudar a mãe nas limpezas, algo que sempre detestara. Mas, na verdade, tinha aprendido uma grande lição: às vezes é onde menos se espera que se encontra um tesouro. Foi graças às limpezas que tinha conhecido Daniel.
Um dia, enquanto limpava as janelas da sala de jantar, ele acenou-lhe e ela retribuiu o gesto. Não que o achasse muito bonito, mas tinha educação e era muito rico. Se viessem a casar, a vida dela mudaria para sempre. E foi o que aconteceu.
Passados meses, nasceu uma menina. Infelizmente, não era aquilo que estava nos planos do casal. Pelo contrário, tinham falado em viajar pelo mundo e viver à grande. Um bebé só vinha atrapalhar e dar trabalho. Apenas Daniel ficou maravilhado com esta nova criança, a quem tinham dado o nome de Samantha.
Na verdade, havia uma outra razão para a desilusão de Miranda, a sua filha herdou a cor negra do pai, destruindo as suas secretas esperanças de que o bebé que tinha transportado na barriga nove meses, viesse a ser branco como ela.
Até este momento, Daniel nunca tinha suspeitado deste seu mau sentimento.
Miranda sabia que tinha de se livrar daquele empecilho sem perder a boa vida a que se tinha habituado. Ela tinha de pensar em algo. Na verdade, o seu dia-a-dia tinha voltado a estar cheio de dificuldades e ela jamais voltaria a aceitar uma vida de sacrifícios.
Passavam os dias e Miranda estava a ficar impaciente, até que decidiu falar com o marido:
- Daniel, tenho uma coisa para te dizer.
- O que se passa, querida?
- Bem, eu acho que devíamos entregar a Samantha a um orfanato.
- Porquê, se temos mais do que condições para criar a nossa pequenita?!
- Não me sinto preparada para ser mãe e acho que ela seria mais feliz noutra família.
- Não estás boa da cabeça!...
- Nós somos muito jovens para a nossa vida estar presa a uma criança. E as nossas viagens? Sabes que este bebé não estava nos nossos planos…
Nesta altura, Miranda percebeu que tinha sido encurralada. Daniel, foi-se afastando dela e passados uns meses eles estavam a divorciar-se.
Como a Samantha era bebé, ficou com a mãe, mas Miranda não queria aquele fardo que, ainda por cima, aos olhos dela, era um bebé feio. Daniel ainda procurava dar tudo o que era necessário para o crescimento da filha. Propôs até uma ama para ajudar, mas Miranda preferiu ficar com esse dinheiro para ela e não contratar ninguém.
Enquanto isso, procurava incansavelmente orfanatos, até mesmo colégios internos, mas nenhum tinha vaga. Infelizmente para ambas, elas tiveram que ficar juntas.
Aquele dinheiro que recebia não era suficiente e precisava de mais.
Ainda foi a algumas entrevistas de emprego, mas nenhum trabalho era interessante.
Miranda decidiu que o melhor seria voltar a casar, de preferência com alguém rico e branco. Casou-se de novo, desta vez, com um homem chamado Rogério, uns 30 anos mais velho que ela. Tiveram uma filha chamada Lyra que, anos depois, já mais velha, era horrível para a Samantha.
Rogério era um homem misterioso e parecia que andava sempre a fugir de alguém ou de alguma coisa. De tempos a tempos, mudavam de casa e até de país.
Daniel acabou por perder a noção onde Samantha andava com a mãe.
Ele pagava a detetives, mas estes nunca encontravam Miranda, pois o Rogério fugia deles e da polícia. Ele não era de fiar e os seus negócios eram duvidosos.
A Samantha foi crescendo e não se lembrava do seu pai, Daniel. Ela sabia que Rogério era o seu padrasto. Sabia também que os pais gostavam mais de Lyra por ser branca e toda a família fazia questão de lhe lembrar disso.
Por exemplo, nos aniversários de Lyra, ela recebia coisas caras como playstations, vestidos, perfumes, brinquedos, etc. Samantha, não recebia nada e quando ia às compras, era para alimentar a família.
Os supermercados ficavam nas ruas mais perigosas da cidade e foi numa dessas tardes de compras que tudo mudou.
Estava ela na fila para pagar, quando uns rapazes brancos lhe passaram à frente e, depois dela os informar que aquele não era o lugar deles, foi ignorada. Quando saiu, eles estavam à espera na porta e começaram a chamar-lhe nomes e a atirar pedras. Acertaram-lhe numa perna, o que fez com que ela se desequilibrasse e acabasse por cair na estrada, mesmo quando passava um carro. Foi atropelada e acabou por ficar internada uma semana no hospital.
Quando chegou a casa, percebeu que ninguém sequer tinha dado pela sua ausência.
Pelo menos, era o que parecia, tal não era a indiferença com que a tinham tratado. Ninguém lhe perguntou onde tinha estado naquela semana, exceto Lyra. Não que ela quisesse demonstrar amor ou preocupação. Optou por perguntar com ar de curiosidade:
- Olha lá, onde é que andaste estes dias todos?
Contávamos com a comida e as refeições que tu cozinhas e tivemos que encomendar fast-food a semana toda.
Mas antes que Samantha pudesse responder, já Lyra se tinha ido embora.
À noite, ouviu uma conversa entre os pais:
- Achas que nós deveríamos pagar as consultas e os tratamentos da Samantha?
- Sim, Miranda. É o mínimo que podemos fazer por ela. Afinal, se ela não estiver de boa saúde, quem é que cuida desta casa? Não me parece boa ideia gastarmos rios de dinheiro em empregadas. Esta sai bem mais em conta.
Depois de ouvir isto, já não tinha qualquer dúvida: eles não gostavam mesmo dela e ela só tinha de ter a coragem e a força para fugir de casa. Passou a noite a planear a sua fuga.
O melhor plano foi este: na próxima ida ao supermercado, quando lhe dizem o dinheiro para as compras, ela iria comprar um bilhete de comboio e recomeçar a sua vida noutra cidade qualquer. Era a única forma de poder ser feliz e talvez conhecer quem a respeitasse e amasse por aquilo que ela era e não apenas por aquilo que ela fazia.
No dia seguinte, a fuga aconteceu e ela encontrou um trabalho como empregada de mesa num café de esquina. Ficou 3 meses num pequeno quarto, a sonhar além daquilo que eram as suas possibilidades. Um dia, as suas preces foram atendidas e um milagre aconteceu…
Uma certa manhã, apareceu uma senhora que não era cliente habitual. Sentou-se numa mesa perto da janela e pediu um chá e um bolo. Samantha foi atendê-la e conversaram um pouco. Ficaram com uma boa impressão uma da outra. A senhora era italiana e acabou por ganhar o hábito de ir lá todos os dias. Houve uma manhã em que Samantha lhe disse onde vivia e a italiana perguntou-lhe se não preferia viver consigo na sua casa, já que tinha alguns quartos a mais. Claro que Samantha disse que sim à sua amiga e mudou-se logo na semana seguinte.
Samantha, tinha assim conseguido encontrar alguém que a admirava e valorizava.
Viviana, a sua nova amiga italiana falou-lhe de um projeto de reciclagem que ela tinha investido para aquela cidade. Por isso, vivia ali. Precisava de ajuda de alguém habilidoso. Samantha, nas suas horas livres, dedicou-se de corpo e alma, como se o projeto fosse seu também.
No final, o projeto ganhou um prémio e Viviana ganhou muito dinheiro. De forma generosa, entregou uma boa parte a Samantha. As duas foram entrevistadas na televisão. O seu pai Daniel, que nunca mais tinha sabido da sua filha desde o segundo casamento de Miranda, quando ouviu o seu nome na televisão e olhou para a sua cara, não teve dúvidas: finalmente tinha encontrado a sua menina.
Passado um dia, Daniel já tinha encontrado a casa da Viviana. A campainha tocou e a Samantha abriu. Imediatamente, reconheceram-se… e sim, foram felizes para sempre.
Samantha foi muito amada, bem-sucedida e os seus sonhos foram realizados.
FIM
Para as pessoas que têm uma vida difícil e querem dar a volta às expectativas.
Senhora Miranda, aceita o senhor Daniel como seu esposo para amar, cuidar e principalmente confiar?
- Sim, aceito.
Senhor Daniel, aceita a senhora Miranda como sua esposa para amar, cuidar e principalmente confiar?
- Sim, aceito.
Então declaro-vos marido e mulher!
Assim se abrem as portas para uma nova história. E que rica história!
Sim, Miranda só se interessava por riqueza e poder. Vinha de uma família pobre e tinha jurado para si mesma que nunca mais iria passar tantas dificuldades.
Passou a sua juventude a ajudar a mãe nas limpezas, algo que sempre detestara. Mas, na verdade, tinha aprendido uma grande lição: às vezes é onde menos se espera que se encontra um tesouro. Foi graças às limpezas que tinha conhecido Daniel.
Um dia, enquanto limpava as janelas da sala de jantar, ele acenou-lhe e ela retribuiu o gesto. Não que o achasse muito bonito, mas tinha educação e era muito rico. Se viessem a casar, a vida dela mudaria para sempre. E foi o que aconteceu.
- < BEGINNING
- END >
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