Portuguese version

O primeiro dia de férias da Família Torres tinha chegado e estavam todos entusiasmados. 

A mãe e o pai tinham conseguido meter todas as malas e malotes no carro e a viagem parecia estar a correr às mil maravilhas. 

Tinham decidido que a primeira paragem seria Tomar e depois do almoço, iriam visitar o Castelo de Almourol.

Os gémeos Ricardo e Rui estavam muito entusiasmados. Tinham pesquisado sobre o castelo e disseram à irmã Rita: 

- Olha, sabes que há muitas lendas sobre este castelo? 

   A Rita olhou para eles com ar desconfiado e resmungou: 

   - Desde que não sejam daquelas lendas de fantasmas e coisas terríveis... 

   - Dizem que os Templários esconderam lá um tesouro! - exclamou o Rui. 

O pai riu-se e comentou: 

- Um tesouro? E se nós o descobríssemos? Ficávamos ricos! 

E ficaram a conversar sobre Templários, tesouros e fantasmas durante o almoço. A mãe só abanava a cabeça e dizia: 

- Vocês têm cá uma imaginação... Não se metam é em trabalhos! Juízo!!!

Quando acabaram de almoçar, o pai exclamou:

_Que comece a aventura !

Dirigiram-se até ao cais para apanhar o barco que iria levar a família até ao castelo. Estavam quase a chegar e já avistavam o castelo ao longe. Todos ficaram boquiabertos com a beleza da fortaleza. Era realmente um castelo magnífico e as suas altas torres apareciam reflectidas nas águas do rio. 

A mãe disse, sorrindo:

-Na verdade, este castelo tem um certo mistério.

Chegaram ao seu destino. Saíram do barco e de repente, o pai que tinha ficado para trás, gritou:

-Esperem! Olhem o que eu encontrei no fundo do barco!

Na mão, ele trazia um livro chamado “A Lenda de D. Ramiro”.

O Ricardo e os irmãos ficaram entusiasmados e pediram para lê-la. Sentaram-se numa pedra e começaram a ler o livro. 

-Olhem, diz aqui no livro que este D. Ramiro era um homem cruel e que matou duas mulheres mouras, mãe e filha. – disse a Rita. O D. Ramiro vivia aqui neste castelo com a filha. 

Um dos gémeos exclamou:

-Se eu vivesse nesse tempo, não iria querer encontrar esta personagem!

Eles continuaram a ler e descobriram que um dos familiares das vítimas foi levado por D. Ramiro para

o castelo como prisioneiro.

-Ah! Eu lembro-me dessa lenda! A minha avó contou-me que a filha de D. Ramiro se apaixonou pelo Mouro. – disse a mãe – É uma história de amor bonita...

O pai gritou:

-Deixem-se disso! Estou curioso. Vamos entrar no castelo!

A família entrou com calma e observaram a paisagem à volta do monumento.

-Olhem! Este castelo está situado nesta ilha rochosa para ser difícil de atacar pelos inimigos. – explicou o pai – É uma autêntica fortaleza militar e foi conquistada por D. Afonso Henriques aos Mouros.

Havia muita vegetação e árvores à volta.

-Esta paisagem é muito bonita! – exclamou a mãe.  

A família começou a subir os degraus de pedra e finalmente chegou à entrada do castelo. Pagaram o bilhete e entraram. 

Sem os pais darem conta os irmãos começaram a correr pelo castelo. Eles disseram-lhes para irem com calma, mas a Rita só dizia que queria encontrar o tesouro.

-Que tesouro?? – perguntou a mãe, confusa.

-O tesouro dos Templários! Dizem que eles o esconderam aqui!  

O pai estava curioso em visitar a Torre de Menagem e a mãe quis acompanhá-lo. Os irmãos foram passear para outro lado e foram ter a uma ala do castelo que estava sem iluminação. Como estava muito escuro, agarraram-se às paredes.

De repente, um dos gémeos tocou numa pedra e algo se abriu.

-Uma porta secreta! – exclamou o Ricardo.  

O Ricardo abriu a porta e viu que havia umas escadas em espiral. Entraram, um a um para a passagem subterrânea. Ao fundo, o Rui viu uma luz brilhante. Continuaram a caminhar e por fim, chegaram a uma sala bastante iluminada. O chão e as paredes de pedra, um quadro com o retrato de D. Afonso Henriques, teias de aranha por todo o lado e no meio da sala, três túmulos de cavaleiros.

-Serão Templários?-perguntou, baixinho, a Rita.

De repente, um dos gémeos, o Ricardo, reparou em algo sinistro ao fundo da sala e gritou, horrorizado:

-Um esqueleto!!

A medo, aproximaram-se todos e foi quando repararam que havia um papel entre os ossos. O Rui retirou-o e viram que tinha algo escrito: 

«Para encontrar o tesouro, sobe à Torre de Menagem!»

Ficaram todos surpreendidos, mas resolveram seguir o estranho conselho. Saíram a correr da sala e foram para a torre do castelo. Esta, tinha vários andares e quando chegaram ao último, encontraram os pais. Estes, quando os viram, disseram:

-Onde é que vocês andavam? Estávamos tão distraídos que nem reparámos no tempo a passar.

Com calma, explicaram aos pais o que se tinha passado e o que tinham encontrado.

Os pais ficaram surpreendidos e pensavam que eles estavam a inventar. No entanto, decidiram ajudar os filhos a procurar a segunda pista.

-Vamos lá procurar! Se encontrarmos um tesouro ainda ficamos ricos e famosos. – disse o pai, sorrindo.

A mãe queria descansar da viagem e por isso, sentou-se num banco que lá havia. 

Os irmãos continuaram a procurar e o pai também foi ajudando. A certa altura, a mãe reparou em alguma coisa estranha por baixo do banco. Quando foi ver, encontrou uma argola de metal que parecia ferro. Na argola, estava gravada uma palavra: Coroa.

Chamou os filhos e o marido e disse-lhes:

-Encontrei a pista!

A família curiosa foi ver o que era, quando viram ficaram muito curiosos e foram à procura de uma coroa pelo castelo.

Os irmãos lembraram-se que tinham visto uma coroa num quadro na cabeça de D. Afonso Henriques na sala onde tinham estado.

Assim, chamaram os pais e fora para aquele local.

Quando chegaram lá foram ver o quadro e viram que realmente estava lá outra pista.

A pista dizia:

«Debaixo do túmulo de um cavaleiro encontra-se o tesouro.»

   A família foi procurar debaixo dos túmulos e encontraram apenas um manto real que D. Afonso Henriques já tinha usado.

A família levou a veste para casa sem ninguém reparar.

Quando chegaram ao destino, os pais puseram o manto dentro de uma caixa.

Aquele tesouro podia não ser ouro, mas para aquela família seria o presente mais valioso que poderia haver.

Quem sabe, se aquele manto não faria parte do tesouro dos Templários que, segundo dizem, está escondido naquele castelo e que nunca ninguém o encontrou?  

FIM

English version

The first day of the Torres Family vacation had arrived and they were all thrilled.

     Mom and Dad had managed to get all the suitcases and pouches in the car and the trip seemed to be running wonders. 

     They had decided that the first stop would be Tomar and after lunch, they would visit the castle of Almourol. 

The twins Ricardo and Rui were very enthusiastic. They had searched the castle and told sister Rita: 

     -Look, did you know there's a lot of legends about this castle? 

     Rita looked at them with suspicious air and grumbled: 

    -As long as they're not one of those ghost legends and terrible things... 

  -They say the Templars hid a treasure there! -excried Rui. 

     The father laughed and commented: 

-A treasure? What if we discovered it? We were rich! 

     And they were talking about Templars, treasures and ghosts during lunch. Mom just shook her head and said: 

-You have too much imagination... Don't get in troubles!

When they finished lunch, the father excried:

-Let the adventure begin!!

They headed to the pier to catch the boat that would take the family to the castle. They were almost there, and they were already watching the castle from afar. They were all booked by the beauty of the fortress. It was really a magnificent castle and its towering towers were reflected in the waters of the river.