D. Isabel tinha muito boa fama entre os mais desfavorecidos. Muitas vezes, sem a permissão do seu marido, o Rei D. Dinis, escapulia-se, escondendo como podia pequenos mimos que diminuíssem o sofrimento aos mais pobres (moedas, alimentos, roupa, o que fosse).

  O Rei, por não querer ver a sua Rainha em ações menos decorosas, fazia tudo para a impedir.

Um dia, numa fria manhã de janeiro, D. Dinis foi avisado que a sua Rainha se preparava para mais um gesto solidário. Decidiu surpreendê-la e deu com D. Isabel a fazer-se a um caminho suspeito, parecendo ocultar alguma coisa estranha nas suas vestes. Era pão que ela levava no regaço e o Rei sabia disso.

Perguntou-lhe então:

Que levais aí escondido? Novas esmolas?

Apenas rosas, para...decorar o novo Mosteiro.

D. Dinis não se deixou convencer. Altivo, insistiu:

Rosas? Em janeiro? Ousais mentir ao vosso Rei?

E D. Isabel, ao perceber que o seu esposo não se deixaria convencer- a menos que os olhos lhe garantissem que não tinha razão - concluiu:

Enganai-vos.

São rosas, Senhor!

E abrindo os braços, soltando o seu vestido, deixou cair várias rosas aos seus pés. A multidão, que ali se tinha juntado soltou um Oh!! O povo sabia que a Rainha levava pão sob as vestes, destinado aos mais desfavorecidos que passavam muita fome. E que só Deus, intercedendo pela figura da Rainha Santa Isabel, poderia operar aquele milagre.