Num mundo cada vez mais interligado pela tecnologia, torna-se imperativo explorar as narrativas que destacam a relevância do diálogo construtivo, a luta contra a violência verbal e o respeito pela diversidade. Este livro propõe-se a mergulhar nas histórias que desafiam o Discurso de Ódio Online, abordando temas que vão desde a empatia até às estratégias para promover um ambiente virtual mais inclusivo. Ao desvendar as histórias que celebram a importância das palavras na era digital, pretendemos inspirar reflexões e ações que promovam a construção de pontes, em detrimento das barreiras, no vasto universo das interações online.
Não desistir de sonhar
por
Margarida Faria
Era uma vez uma menina chamada Helena, que teve de mudar de país.
Helena estava sentada na varanda do seu quarto a ver as últimas carrinhas de mudanças a irem embora. O dia seguinte, seria o seu primeiro na sua escola nova. Estava nervosa, pois, como era de um país diferente, estava sozinha e teve de deixar tudo para trás, não conhecia ninguém.
No primeiro dia na nova escola acordou cedo, arranjou-se e quando chegou à escola só viu gente a olhar para ela, sentindo-se um pouco incomodada. Na sua antiga escola, toda a gente a vinha receber com um abraço, agora a realidade era diferente…Sentou-se num banco e esperou pacientemente pelo toque de entrada a ler o seu livro. Quando tocou, entrou na sala e esperou em pé pela professora. Entretanto, esta chegou e mandou a Helena apresentar-se.
- Olá, eu sou a Helena e vim do Brasil na zona de São Paulo e lá mora a minha família toda. Adoro animais e ler. Na minha casa antiga, havia um lindo jardim com flores e animais onde todos os dias via o nascer e o pôr do sol – respondeu Helena.
No fundo da sala, alguém riu:
- Ah!Ah!Ah!
- Outra para a nossa turma.
-Cala-te, Mafalda, isso não se diz- disse a professora em tom autoritário.
- Se este assunto se repetir, chamo cá os teus pais – voltou a dizer a professora.
A professora disse à turma para darem as boas-vindas à Helena.
E a turma disse em coro:
- Bem-vinda à escola!
A professora mandou a Helena escolher um lugar para se sentar e ela escolheu um lugar do lado esquerdo que era o único que estava livre. Ao seu lado, estava um rapaz chamado Eduardo que era obcecado por banda desenhada.
No intervalo, uma menina chamada Luana veio à sua beira e perguntou:
-No Brasil come-se chocolate?
-Sim – respondeu Helena sem perceber nada.
E ela foi-se embora a rir-se à gargalhada.
Helena ficou confusa por uns momentos, mas a seguir continuou o seu caminho. Sentou-se no mesmo banco em que estivera de manhã. Observou a natureza, ouviu o vento, viu os insetos e cheirou as flores.
De repente, veio em sua direção uma miúda linda, com o cabelo preto amarrado em duas tranças, com uma flor, e sentou-se no banco. Helena não demorou a perceber que estavam a ler o mesmo livro. Perguntou:
- Como te chamas?
- Amaia – respondeu.
-Triiiiiiiiiiii ! - ouviu-se o toque e a miúda saiu a correr.
Helena também correu para a sala porque era a sua aula preferida, História e Geografia de Portugal.
A professora disse que o dia seguinte seria dedicado às profissões e que toda a gente teria de ir disfarçada da profissão que gostaria de ter.
-Yuppy - disseram todos.
Quando acabaram as aulas, a mãe da Helena veio buscá-la. Na ida para casa, a Helena contou como tinha corrido o seu dia e que teriam o dia das profissões.
Contou também que tinha feito uma amiga.
-A sério, dia das profissões? E o que queres ser? Perguntou a mãe.
- Veterinária, claro – respondeu.
Quando chegaram a casa, a Helena correu para o seu quarto à procura da roupa de veterinária que a sua avó lhe tinha dado nos seus anos. Depois de muito procurar encontrou, ficou tão feliz que gritou:
-Vou impressionar toda a gente com este fato e talvez faça amigos!
No dia seguinte levantou-se cedo, vestiu o fato e foi para a escola. Ficou tão feliz quando chegou e viu toda a gente mascarada que até se lembrou do Carnaval no Brasil, a sua altura preferida. Tentou encontrar a Amaia, mas não a viu. Tocou e as crianças correram animadas para as suas salas.
Helena chegou à sua sala muito feliz, sentou-se no seu lugar. O Eduardo estava vestido de astronauta, ela ficou chocada, pois pensava que o seu colega nem ligava a isso, achou que não queria saber.
- Olá, estás muito bonita, não fazia ideia que querias ser veterinária - disse Eduardo.
- Tu também estás giro, achei que não ligavas ao espaço…
- Bom dia, turma, espero que gostem do dia das profissões. Eu decidi fazer este dia não só para saber as vossas profissões, mas também para se conhecerem melhor - disse a professora em tom simpático.
Começaram as apresentações. Helena esperava ansiosa pela sua vez.
-Eu sou a Catarina e quero ser cozinheira!
- Eu sou o João e quero ser piloto!
- Sou a Sara e quero ser arquiteta.
Continuaram as apresentações das profissões. Foi muito divertido! Na hora de almoço, umas meninas chamaram-na para se sentar com ela. Uma chamava-se Ana e tinha cabelo loiro, olhos azuis e usava um macacão. Queria ser pintora. Outra chamava-se Lara, tinha cabelos ruivos aos caracóis e olhos verdes e estava vestida com um vestido. Queria ser atriz. Não demorou muito para se tornarem boas amigas.
A Helena perguntou se podia convidar uma amiga para se encontrar também com elas para irem ao Zoo. Responderam que sim. Todas adoravam animais. Combinaram encontrar-se, no dia seguinte, no zoo perto da casa da Ana, em Esposende. No fim das aulas, Helena tentou ver Amaia e, por sorte, encontrou-a. Ela aceitou o convite.
A Helena foi para casa feliz, mas quando ligou o computador, viu que a Luana e as meninas que ela encontrou estavam a gozar com ela, na internet, e que a Mafalda tinha feito um vídeo dela com umas orelhas de burro. Viu, também, que a Luana tinha feito um vídeo a dizer que ela nunca poderia ser veterinária porque os animais fugiriam dela. Helena ficou tão triste que desmarcou com as suas amigas a ida ao zoo.
No dia seguinte, foi para a escola e pediu à professora para se sentar sozinha. No intervalo, ela ficou sozinha a chorar. As amigas acharam aquilo esquisito, mas ela não queria falar.
Quando chegou a casa, foi logo deitar-se na sua cama. A sua mãe ficou preocupada, mas a Helena dizia que só estava cansada. E isto foi-se repetindo todos os dias, até que um dia a mãe foi ver o telemóvel dela e percebeu o que estavam a fazer… Decidiu falar imediatamente com ela.
- Helena, querida, não me precisas de esconder este tipo de coisas - disse a mãe.
Mãe e filha tiveram uma longa conversa e a Helena ficou melhor. A mãe foi à escola, no dia seguinte, e teve uma reunião com a diretora de turma da Helena.
As meninas foram repreendidas e receberam um castigo que consideraram justo. Prometeram não voltar a ter atitudes dessas e pediram desculpa.
Passaram-se muito anos. Helena foi fazendo novos amigos e cumpriu o seu sonho. Hoje é uma veterinária de grande sucesso e, o mais importante, é feliz!
A importância dos amigos
por
Catarina Cunha - Letícia Costa - Maria Gabriela Silva
Numa tarde de primavera, o Pedro festejava o seu aniversário e recebeu como presente um telemóvel que tanto desejava.
Parecia maravilhoso, até ao momento que descobriu uma rede social, onde eram divulgados vídeos de pessoas que dançavam, cantavam e muito mais. Um dia, o Pedro também quis publicar um vídeo seu a dançar. Rapidamente, recebeu vários comentários que diziam que o Pedro não tinha talento para a dança. Desde esse momento, Pedro nunca mais voltou a dançar pois tinha medo de ser humilhado.
Desde então, ele nunca mais foi o mesmo. Deixou de experimentar coisas novas com os amigos e passou a esconder- se do mundo exterior. Ficou trancado no quarto, durante dias, semanas para não ser mais criticado. Tudo isto, levou a que o Pedro nem conseguisse dormir estava preso à memória do que se tinha passado.
A cada dia que passava, os pais dele ficavam mais preocupados, pelas figuras que ele fazia: estava sempre trancado no quarto, quando a internet falhava, gritava sem motivo e chorava pela vergonha que tinha passado. Os pais sentiram que o filho precisava de ajuda. Levaram-no ao psicólogo. Este apoio permitiu que ele regressasse à escola e continuasse a fazer o que gostava.
Os amigos ficaram contentes, quando ele regressou e mostraram-se muito atenciosos, inclusive a Mariana e a Joana.
- Olá Pedro, está tudo bem contigo? .
- Passa-se alguma coisa?
Podes contar-nos. Somos tuas amigas e estamos aqui para o que precisares!
- Eu conto-vos. No meu aniversário, recebi o meu primeiro telemóvel. Descobri uma aplicação onde se dança e canta. Fui experimentar gravar uma dança e publiquei. No dia seguinte, recebi um comentário a dizer que dançava muito mal e fiquei muito triste, porque toda a gente iria gozar comigo…
- É por isso que estás triste?! Ninguém vai gozar contigo! Isso é normal acontecer. Nem toda a gente gosta das danças que os outros fazem. Há pessoas que são desagradáveis e gostam de envergonhar as outras. Em vez de olhares para os comentários maus, valoriza os comentários bons - disseram elas a tentar ajudá-lo.
- Obrigado, amigas, por me terem dado atenção. Sinto-me mais aliviado.
-Eu vou pensar nisso!- concordou o Pedro.
- Queres ir almoçar connosco, Pedro?- perguntaram elas.
- Pode ser!
O Pedro regressou e todos o acolheram bem e não o desprezaram.
A ajuda dos pais e dos amigos é muito importante e preciosa.
As tecnologias podem ser boas, mas também trazem malefícios.
É importante estarmos informados
por
Alice Araújo Abreu
A Joana era uma menina de 10 anos que sentia um grande entusiasmo pelas redes sociais. Apreciava muito o Tik ToK , gostava de ver vídeos, apreciava as coreografias de dança e outras novidades. As suas amigas da escola sugeriram-lhe que ela aderisse à plataforma e assim o fizeram.
A Joana não tinha consentimento da mãe para instalar o Tik tok, pois a mãe já a tinha esclarecido dos perigos que se corre no mundo digital e proibiu-a de ter TikToK. Mesmo assim, a Joana desvalorizou o que a mãe disse. Para que a mãe não descobrisse, a Joana tinha sempre cuidado com o telemóvel.
Certo dia, a mãe da Joana achou estranho a Joana esconder o telemóvel e perguntou-lhe o que se passava. A mãe percebeu que a Joana teria feito algo sem autorização. A Joana teve de confessar à mãe. Contou que tinha um problema, porque alguém usou a sua conta e ela não se apercebeu. A mãe muito aborrecida exigiu que a filha retirasse a aplicação.
Na escola, a Joana e as amigas foram esclarecidas dos perigos que podem suceder nas redes sociais. Perceberam que não devem aderir a tudo que há no mundo digital e que não devem facilitar, pois há forma de outros utilizadores usarem as nossas contas e verem o que publicamos, usando depois para fazer cyberbulling.
Estava ela no WhatsApp, quando vê uma notificação e pergunta-se:
-Quem será?
E respondeu:
-Quem é?
-É a Madalena, Joana.
-Oh! Olá Madalena, tudo bem?
-Sim! E contigo?
-Também.
-Vou gravar uns vídeos para o Tik Tok…
- Ok, depois falamos...
-Bjs...
A Joana foi gravar os seus vídeos, e alguns dias depois já tinha 2 mil seguidores na conta.... Ficou tão feliz que andava a dizer isso a toda a gente, inclusive à Madalena, que por pura inveja decidiu fazer a pobre Joana passar vergonhas...
Então encontrou vídeos inapropriados na Net, fotos feias de animais associando-as aos seu colegas de turma e, como o perfil ainda era seu conseguiu publicá-los
Quando a própria Joana viu aqueles horrores publicados na “sua” conta ficou apavorada e tentou apagá-los, mas a Madalena tinha-a bloqueado no perfil.
-Que vou fazer??????????
Minutos depois começou a receber comentários horríveis pelo chat.
-Não vales nada!
-Como foste capaz?!
A Joana jurava de pés juntos que não tinha sido ela, mas ninguém acreditou porque a conta tinha o seu nome e na foto a sua cara.
A chorar contou, mais uma vez, à mãe o que se estava a passar. A mãe foi com ela à escola falar com a sua diretora de turma.
Na escola, tiveram várias palestras para ficarem esclarecidas, novamente, dos perigos que podem suceder nas redes sociais. Perceberam que não devem aderir a tudo que há no mundo digital e que não devem facilitar, pois há alguns utilizadores que conseguem aceder às nossas contas e verem o que publicamos para fazer cyberbulling. A Madalena pediu desculpa, mas teve um castigo por ter usado a conta da sua colega. Percebeu que as ações menos adequadas podem prejudicar muito a vida de algumas pessoas.
A convivência entre amigos
por
Nádia Quintas - Ana Carolina Rocha
Num dia ensolarado, na escola, o João e o seu amigo Lucas estavam a trocar mensagens. Matilde notou que os amigos não paravam de mexer nos telemóveis e disse:
- João, Lucas!! Podem parar de mexer nos telemóveis? Já não aguento mais isto todos os dias!
- Outra vez, Matilde? Não há nada de mal nas redes sociais – respondeu o João, enquanto Lucas sorrateiramente tentava pegar no telemóvel. Matilde, muito irritada, continuou:
- Parem, Lucas e João! Vocês não percebem o bullying que estão a promover na internet e nas redes sociais? Querem ver? Matilde mostrou algumas situações de bullying a João, na esperança de que ele entendesse o quão prejudicial as redes sociais podem ser. João, muito surpreso, exclamou:
- Meu Deus! Nunca pensei que houvesse tanta maldade nas redes sociais. Eu vou falar com o Lucas sobre isso.
Quando o encontrou o Lucas, percebeu que ele estava muito triste. Lucas contou-lhe sobre a sua irmã, que estava a passar por uma situação difícil, porque uma colega da escola tinha enviado mensagens horríveis para vários grupos, difamando-a.
A irmã tinha-se fechado no quarto desde sexta-feira e não queria sair. A mãe tinha chamado um psicólogo para a ajudar. João reconheceu que Matilde tinha razão ao alertá-los de que estavam a ir longe demais, pois estavam a assistir a muitos vídeos sobre bullying e a planear brincadeiras cruéis com um novo colega. Lucas sentiu-se muito culpado por ter tido essas ideias estúpidas e, ao ver como a irmã estava sofrendo, sentiu-se ainda pior. De repente, tornaram-se conscientes do quão perto estavam de cometer um erro grave. Decidiram que no dia seguinte iriam comprar uma caixa de chocolates para Matilde, em agradecimento à sua amizade e preocupação.
Um longo sofrimento
por
Iara Maciel
Certa manhã de primavera, Tom, um rapaz de onze anos, encontrava-se nas redes sociais onde havia partilhado uma fotografia sua. Nessa publicação, ele estava no seu quintal usando um boné azul e uma camisola vermelha.
Passado uma hora, Tom percebeu que nos comentários da sua fotografia surgiram diversas críticas de mau gosto acerca do seu peso e aparência (Tom tinha excesso de peso).
Sentindo-se profundamente afetado pela situação, começou a sentir-se desconfortável com o próprio corpo.
Para piorar, recebeu outra crítica no WhatsApp, abordando os mesmos temas e também revelando que ele era adotado.
Tom ficou extremamente devastado e muito triste. Estava farto da situação, pois sofria de bullying desde o primeiro ciclo, mas nunca tinha afetado tanto o seu estado psicológico.
Foi desafiador para Tom recuperar o seu bem-estar mental, tendo que consultar vários psicólogos. No entanto, após um longo sofrimento, o rapaz percebeu que era ele quem deveria estar feliz com o seu corpo e a sua vida.
Passados anos, Tom cresceu, tornou-se mais bonito e elegante. Por outro lado, aqueles que praticaram bullying contra ele testemunharam o sofrimento pelo qual o pobre rapaz passou, arrependeram-se e sentiram-se muito mal pelo que tinham feito. Tom percebeu que estavam mesmo arrependidos e decidiu perdoá-los.
Todos seguiram as suas vidas felizes, agora com Tom como um novo amigo.
Tem cuidado com a internet
por
Beatriz Pereira - Débora Vilas Boas - Maria Clara Dantas - Sophia Cunha
Num dia de escola, uma menina rebelde chamada Ana Maria estava a rir da foto de perfil de sua inimiga Matilde. Duas outras meninas chamadas Alice e Daniela viram essa situação e foram dizer à diretora de turma da Ana Maria. Quando acabaram, as aulas a Ana Maria estava a conversar com a Matilde no WhatsApp, mas estava a dizer coisas maldosas e a Matilde começou a chorar no seu quarto. No dia seguinte, Ana Maria ouviu aquelas duas meninas a falar dela.
- Não achas a Ana Maria muito má?
- Acho, tu viste o que ela fez com a Matilde?
- Sim, eu vi e achei muito errado. Foi por isso que te disse para nós irmos acusá-la à diretora de turma.
- Tiveste uma boa ideia.
Ana Maria ficou chateada com elas. Logo a seguir, ouviu o toque da campainha da escola e foi para a sala de aula e ouviu também a sua diretora de turma a falar com a sua mãe. Ela ficou assustada porque sabia que quando chegasse a casa ia ficar de castigo.
Mais tarde, quando Ana Maria chegou a casa, a mãe disse-lhe que estava muito chateada com o que ela tinha feito. De seguida, a Ana Maria foi a correr para o seu quarto a chorar, deitou-se na cama e pegou no seu telemóvel para mandar mensagens à Matilde.
- Olá, Matilde chata.
- Olá, o que é que tu queres agora?
- Sabes que eu sou tua inimiga. Então...
- Então o quê?
- Eu odeio-te a ti e às tuas amigas.
- Porque é que és tão má para mim?
- Porque, desde que te conheço, te odeio!!!
- Não é culpa minha, se quiseres sai da escola. E assim não tens mais de me ver e aturar-me e às minhas amigas.
- NÃO VOU SAIR DA ESCOLA, agora vou jantar, idiota!
Depois de jantar, Ana Maria foi dormir e sua mãe pegou o seu telemóvel para ver as mensagens trocadas. Viu as mensagens que tinha trocado com sua inimiga Matilde, e ficou tão furiosa.
Quando a Ana Maria acordou, foi tomar o pequeno-almoço. A sua mãe não falou nada do que tinha visto no telemóvel, mas às escondidas, ligou à sua diretora de turma, pois Ana Maria teria aula com ela nesse dia.
Pediu-lhe que visse se ela fazia mais alguma coisa à Matilde, a professora disse que ia tomar conta e que ela poderia ficar descansada com esse assunto.
Num mundo cada vez mais interligado pela tecnologia, torna-se imperativo explorar as narrativas que destacam a relevância do diálogo construtivo, a luta contra a violência verbal e o respeito pela diversidade. Este livro propõe-se a mergulhar nas histórias que desafiam o Discurso de Ódio Online, abordando temas que vão desde a empatia até às estratégias para promover um ambiente virtual mais inclusivo. Ao desvendar as histórias que celebram a importância das palavras na era digital, pretendemos inspirar reflexões e ações que promovam a construção de pontes, em detrimento das barreiras, no vasto universo das interações online.
Não desistir de sonhar
por
Margarida Faria
Era uma vez uma menina chamada Helena, que teve de mudar de país.
Helena estava sentada na varanda do seu quarto a ver as últimas carrinhas de mudanças a irem embora. O dia seguinte, seria o seu primeiro na sua escola nova. Estava nervosa, pois, como era de um país diferente, estava sozinha e teve de deixar tudo para trás, não conhecia ninguém.
No primeiro dia na nova escola acordou cedo, arranjou-se e quando chegou à escola só viu gente a olhar para ela, sentindo-se um pouco incomodada. Na sua antiga escola, toda a gente a vinha receber com um abraço, agora a realidade era diferente…Sentou-se num banco e esperou pacientemente pelo toque de entrada a ler o seu livro. Quando tocou, entrou na sala e esperou em pé pela professora. Entretanto, esta chegou e mandou a Helena apresentar-se.
- Olá, eu sou a Helena e vim do Brasil na zona de São Paulo e lá mora a minha família toda. Adoro animais e ler. Na minha casa antiga, havia um lindo jardim com flores e animais onde todos os dias via o nascer e o pôr do sol – respondeu Helena.
No fundo da sala, alguém riu:
- Ah!Ah!Ah!